A série original de Sex and The City esteve no ar entre 1998 e 2004, tornando-se uma parte importante da liberdade sexual feminina na cultura pop e sociedade. Quatro anos depois da temporada final, o primeiro longa-metragem derivado da série chegou às telonas, e impressionou na bilheteria, mesmo desapontando os críticos. O segundo filme chegou dois anos depois, em 2010, decepcionando, desta vez, o público, a crítica e até mesmo sua distribuidora. O terceiro filme de Sex and The City foi engavetado (ainda bem, já que o segundo filme está longe de ser bom).
Com a alta do streaming, And Just Like That, chamado de “um novo capítulo de Sex and The City“, chegou à HBO Max no fim de 2021, sem Samantha e sem o mesmo charme da série original. Neste novo capítulo, Mr. Big foi “sacrificado” para que Carrie voltasse a transitar por Nova York como uma mulher solteira. O revival, além de tentar trazer Carrie à solteirice, busca (a todo custo) consertar os erros da série original, escassa de representatividade.
Por que And Just Like That existe?
And Just Like That, em sua primeira temporada, está longe de ser uma série desastrosa, mas é inegável que seu brilho ficou lá nos anos 90, assim como é explícito o desejo de seus escritores de tratar de pautas relevantes atualmente, como discussões raciais, religião, questões de gênero, entre outros. Como alguém que ama as personagens, é quase impossível não desejar que elas simplesmente descansem em nossas memórias, distantes de uma trama tão artificial.
Um revival não deveria vir à tona apenas para atrair um público fiel a uma marca às plataformas de streaming. Sem uma boa história, teremos não só uma série ruim, como também o comprometimento do material original. O primeiro filme de Sex and The City já foi o suficiente para levar a história para além das telinhas, mas novas narrativas foram criadas sem boas justificativas apenas para fins financeiros. Isso acontece novamente com And Just Like That.
No próximo dia 22 de junho, a segunda temporada chega à HBO Max, e trará de volta um velho amor de Carrie, Aidan. O trailer mostra a personagem de pé nos icônicos degraus do prédio de seu apartamento, mas a questão é: até quando atribuirão à Carrie essa posição, mesmo sendo uma personagem que viveu esta mesma situação incontáveis vezes na casa dos 30?
O que esperar desta nova temporada, senão mais do que vimos na primeira? É desanimador ser um fã da franquia e vê-la simplesmente existir sem um propósito profundo e relevante. Isso quer dizer que não assistiremos? Definitivamente, não. Porém, a preocupação é iminente. Alguns limites não devem ser ignorados, e Sex and The City tem feito isso desde 2008.